sexta-feira, 13 de maio de 2011

SINAIS

Imagem: adassu.blogspot.com/


Sinto-me como um andarilho certo de que o horizonte será alcançado. Ou aquele cara que ao abrir a torneira ilude-se tentando segurar a água corrente, a qual nunca será dominada.  Ele a toca, mas não a possui.
Estou angustiado igual a um garoto que só queria cortar as linhas das outras pipas mas acabou degolando alguém. Sou como um cara de pulsos cortados e mesmo assim, recusa-se a aceitar o sangue das outras pessoas.
Os meus olhos não precisam de lentes por isso, não aceito ler apenas uma página. Não duvido da minha força de vontade, tento marcar o meu caminho, porém, não penso em voltar; seria fácil demais saber onde pisar. Ao mesmo tempo, é triste reconhecer que poderia ter sido melhor, não por que já ouvi e ouço muitas críticas dos negativos. Cada um só pode ser o que a sua mentalidade alcançar, dessa forma eles só enxergam o lado ruim das coisas, o outro lado é brilhante demais para eles.
Ao observá-los, faço alto análise para não ser contaminado pelo vírus da língua solta, poderoso por transformar os seus infectados em pessoas mesquinhas, fracas e incapazes de reconhecer que foram os únicos culpados pelas suas derrotas, e não os que eles tanto criticam.
Sentir o desrespeito e ouvir o não é uma forma de conhecer o que o outro acredita. Tratar o mal a pontapés é como tentar sujar um poço de lama, isso porque, os que só sabem se arrastar não merecem atrapalhar os passos de quem consegue continuar andando em terra quente, mesmo depois de perder os sapatos.
Sinto a profundidade do egoísmo e mais uma vez ouço o não e me pergunto: por que tanta ignorância, arrogância e tentativas de humilhação? Por que muitos não se acham e continuam agindo como vagões precisando sempre de uma locomotiva para puxá-los a algum lugar, sem nunca decidirem o rumo das suas próprias vidas? E por que muitos ficam tristes demais quando descobrem a falsidade dos que se diziam amigos, se essa descoberta pode ser entendida como o dom de livrar-se do que é mau antes que seja tarde demais?
Imagem:  adassu.blogspot.com/
A cada dia vivido percebo a necessidade de decifrar olhares que me rodeiam. Só assim é possível evitar enganos, desilusões, meias verdades e aproximações indevidas, criando anticorpos contra os inúmeros vírus que nos rodeiam, muitos deles piores que o vírus da língua solta.
Preciso e devo conviver com pessoas capazes de me ajudarem a alcançar o horizonte, dominar a água corrente, aprender que o cerol é perigoso e a não precisar do sangue de ninguém. E não com aquelas pessoas que me inspiraram a escrever este texto.



                        Rubenildo Limeira de Souza

Nenhum comentário:

Postar um comentário